domingo, 1 de julho de 2007

Um estágio de luxo


Chegar à seleção brasileira talvez seja o objetivo de todo jogador para um dia disputar uma Copa do Mundo. O mesmo pode-se dizer em relação aos técnicos. Alguns podem negar, mas com certeza desejariam um dia obter destaque suficiente para comandar o selecionado canarinho.

Dunga chegou à seleção sem ao menos ter comandado o time infantil de uma equipe qualquer do Brasil. Que experiência ele tem como treinador? Será que essa experiência é, realmente, necessária? Ou a vivência como atleta, campeão do Mundo em 1994, basta para assumir um cargo tão importante como o de treinador da seleção?

Recentemente houve todo o imbróglio envolvendo Kaká e Ronaldinho Gaúcho que pediram dispensa da seleção para a disputa da Copa América. E Dunga, em entrevistas, posicionou-se contra a decisão dos atletas, alegando que em seu tempo tudo o que o jogador mais queria era servir a seleção independente do campeonato ou se a convocação era para jogos amistosos.

Outra postura curiosa de Dunga foi colocar estes mesmos jogadores no banco de reservas quando assumiu o comando do Brasil no ano passado logo após o fracasso da seleção na Copa.

Estas duas atitudes do atual treinador do time verde e amarelo respondem às perguntas feitas anteriormente.

Independente do desempenho na Copa da Alemanha, Kaká e Ronaldinho Gaúcho são jogadores consagrados e a qualidade técnica de ambos não pode ser questionada por conta de um único mau resultado. Colocá-los no banco de suplentes foi o primeiro erro de Dunga. Quis passar a idéia de que com ele joga quem está bem, independente do nome. Isso seria válido em outro contexto, mas os craques em questão sempre prestaram excelentes serviços e não é assim, de sopetão, que se mostra uma filosofia de trabalho. Quis fazer justiça, mas foi injusto. Mostrou imaturidade no ofício de treinador.

O fato mais recente, envolvendo a convocação para a Copa América foi totalmente desnecessário. Com respostas ríspidas aos jornalistas sendo indiretamente direcionadas aos craques Kaká e Ronaldinho Gaúcho, Dunga mais uma vez mostrou-se imaturo. Os atletas têm esse direito e cabe a ele respeitá-los. Afinal, Kaká e Ronaldinho certamente optaram por descansar em suas férias para poder iniciar a pré-temporada em seus respectivos clubes focados em uma temporada longa e dura que virá pela frente: campeonato nacional, Champions League, eliminatórias para a Copa do Mundo, dentre outros torneios farão parte da rotina de jogos dos atletas de Milan e Barcelona.

Uma coisa, contudo, ninguém pode negar: Dunga é um predestinado, uma pessoa com sorte rara. Está aprendendo o trabalho de treinador de futebol em um ambiente que todos seus companheiros de profissão gostariam de estar. Quisera eu ter um estágio de luxo como o de Dunga, recebendo mensalmente um salário compatível com os de treinadores verdadeiramente vitoriosos.

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