quarta-feira, 4 de julho de 2007

Jeitinho brasileiro


Já ouvi dizer que o Brasil é o país onde tudo é possível, ou melhor, o país em que para tudo se dá um jeitinho -- o famoso “jeitinho brasileiro”.

Não nego. Somos mesmo malandros, alguns no bom outros no mau sentido da palavra. Está cheio de malandro na política brasileira, em rolos que envolvem dinheiro na cueca e, mais recentemente, outro caso de corrupção envolvendo o presidente do Senado e do Congresso.

Corrupção? Golpes? No futebol também tem. Basta olhar um pouco para trás, coisa de dois anos, e lembraremos do caso do árbitro de futebol Edílson Pereira de Carvalho que se envolveu com um site de apostas e manipulava o resultado de jogos do Campeonato Brasileiro de 2005. E agora veio à tona o golpe da MSI, parceira do Corinthians, no clube francês Lyon, no episódio da compra do atacante Nilmar. Um golpe frio, de mafiosos mesmo.

Na Itália, o escândalo da máfia da arbitragem, que rebaixou a Juventus de Turim para a segunda divisão nacional daquele país e custou ao Milan, à Fiorentina e a outros clubes um déficit de pontos no início da temporada já encerrada na Europa.

Como se pode ver, não é só no Brasil que existe “malandragem”. Estão dando jeitinho para tudo!

Inclusive, agora, surge uma bomba envolvendo um esporte elitizado, que custa milhões e gera milhões de receita todo ano: a Fórmula 1. Há a suspeita de sabotagem, envolvendo um diretor técnico da Ferrari que teria colocado um pó branco nos motores dos carros de Felipe Massa e Kimi Raikkonen, e de espionagem, com a  participação deste mesmo engenheiro que estaria repassando informações preciosas à McLaren, que lidera o campeonato de construtores -- através dos pontos conquistados pelo britânico Lewis Hamilton e pelo atual bicampeão da F1, o espanhol Fernando Alonso --  e também o de pilotos, onde Hamilton lidera com relativa folga.

A corrupção realmente está generalizada e globalizada. E neste circo que virou o esporte, os palhaços somos nós, torcedores, admiradores, fãs e consumidores, que gastamos boa parte de nosso suado dinheiro para acompanhar jogos e eventos esportivos pela TV ou in loco.

Fala-se tanto em educação, em mostrar o certo e o errado para os jovens. Mas, particularmente, estou começando a descrer nisso. A ganância do ser humano fala mais alto, ele quer sempre mais, não tem limite e ao ultrapassá-lo atinge o limite dos outros. Posso -- e espero mesmo! -- estar errado, só sei que é difícil ter de acompanhar fatos como estes que foram relatados, quando o esporte deveria, mesmo, é alegrar aqueles que o acompanham, seja a modalidade que for.

Quem sabe, começando pelo nosso “jeitinho brasileiro”, não conseguimos colaborar para construir ao invés de destruir?

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