O São Paulo iniciou sua cmapanha na Copa São Paulo de
Juniores com boa exibição nos 3x0 diante do CSA-AL. Boas tabelas, jogadas
bonitas, tudo credenciava o Tricolorzinho como grande favorito para a conquista
da Copinha.
No jogo seguinte, contra o Piauí, uma grande surpresa:
empate em 1x1, com os atletas são-paulinos exagerando nos toques de efeito,
“ciscadas” e outras jogadas desnecessárias, sem contar a dificuldade de
trabalhar uma jogada fazendo a ligação defesa-ataque. Pelas oportunidades
criadas, o Piauí mereceria até ter vencido a partida.
Para o São Paulo se classificar para a próxima fase da
competição precisaria “ganhar ou ganhar” do União São João de Araras, o até
então líder do Grupo P da Copa SP. Com um eventual empate os são-paulinos não
conseguiriam a classificação por índice técnico, pois somariam apenas cinco
pontos no grupo, sendo que já havia mais de dez equipes no segundo lugar de
seus grupos com seis pontos garantidos.
Na partida realizada na noite de ontem contra o time de
Araras percebeu-se uma ligeira melhora no Tricolorzinho, mas nada que
empolgasse. O São Paulo esteve por duas vezes na frente no placar e cedeu o
empate e só garantiu a suada classificação com o gol do meio-campista
Wellington, que tem apenas 16 anos e saiu do banco de reservas para selar a
passagem para a segunda fase da Copinha.
Muitos torcedores começam a temer pelo futuro da equipe
profisisonal pelo mau desempenho dos atletas de base, já que o presidente
Juvenal Juvêncio deu declarações dizendo que daqui a dois anos ele espera não
precisar contratar jogadores para reforçar a equipe principal e para fazê-lo
bastará promover os garotos formados no Centro de Formação de Atletas de Cotia.
De fato o time “júnior” do São Paulo tem limitações táticas
evidentes e isso está atrelado diretamente ao comando, cujo responsável é o
limitado treinador Marcos Vizzoli. Tecnicamente, contudo, enxerga-se bons
valores na equipe são-paulina: o volante Juninho tem sido o destaque e ainda
deve-se dar atenção ao seu companheiro de marcação Bruno Formigoni, ao
lateral-esquerdo Diogo, ao meio-campista Sérgio Mota e ao atacante Eric que
melhorou muito em relação a sua última Copinha. Há ainda bons valores no banco
de reservas, como Wellington e o artilheiro do São Paulo no último Campeonato
Paulista Juvenil, o atacante Ronieli.
Aliar a qualidade técnica destes jogadores com objetividade
é ainda um trabalho que deverá ser desenvovlido pelos responsáveis pela
formação destes garotos, como o coordenador Bebeto de Oliveira e os respectivos
treinadores de cada categoria. Isso deve ser feito dando a eles certa liberdade
para atuar, sem bitolá-los com instruções táticas, que devem ser passadas
paulatinamente com um grau de exigência moderado.
Os profissionais das categorias de base e da equipe
principal devem saber, ainda, que quando o jogador é integrado ao elenco
profissional, a sua formação como atleta de futebol ainda não está
concretizada. Cabe ao treinador dar continuidade a esse processo e daí vem a
importância da integração entre as comissões técnicas das categorias de base e
do profissional.
No caso do São Paulo não há motivos para desespero. Há, na
verdade, aspectos que merecem ser melhor avaliados, como o trabalho do
treinador Vizzoli que aparentemente não tem recursos suficientes para colaborar
na formação de atletas talentosos que o CFA de Cotia ajuda a desenvolver.
O título da Copinha 2008 é improvável pelo futebol que os
garotos têm apresentado, a menos que haja uma reviravolta por parte do
treinador da equipe e que os talentos individuais desabrochem em prol do
coletivo. Ademais, existem profissionais qualificados a frente da base
são-paulina para colocar a cabeça desses futuros craques no lugar – e o
principal nome é o professor Bebeto de Oliveira.
A nação tricolor pode ficar tranqüila porque dali surgirão
algumas boas soluções para renovar os títulos já conquistados.