sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Craque Brasileirão 2007


Com a temporada futebolística do Brasil chegando ao seu final, não há como deixar de comentar o badalado prêmio da Confederação Brasileira de Futebol “Craque Brasileirão 2007” que ocorrerá no próximo dia 3, um dia depois da última rodada do certame nacional.

Os comentários ficam restritos àquelas que talvez sejam as escolhas mais polêmicas, sendo as outras consideradas um tanto óbvias. Afinal, como questionar os trabalhos de Muricy Ramalho, Miranda, Hernanes, Richarlyson e Acosta?

A seguir os indicados para cada função e pelos prêmios de revelação, craque e craque da torcida, e logo mais abaixo a opinião deste blogueiro.

Goleiros
Diego Cavallieri - Palmeiras
Felipe - Corinthians
Rogério Ceni - São Paulo

Laterais-direitos
Coelho - Atlético Mineiro
Joílson - Botafogo
Leonardo Moura - Flamengo

Zagueiros - lado direito
Breno - São Paulo
Fábio Luciano - Flamengo
Thiago Silva - Fluminense

Zagueiros - lado esquerdo
Alex Silva - São Paulo
Juninho - Botafogo
Miranda - São Paulo

Laterais-esquerdos
André Santos - Figueirense
Juan - Flamengo
Kleber - Santos

Volante direito
Hernanes - São Paulo
Maldonado - Santos
Pierre - Palmeiras

Volante esquerdo
Martinez - Palmeiras
Richarlyson - São Paulo
Rodrigo Souto - Santos

Meia direita
Diego Souza - Grêmio
Ibson - Flamengo
Paulo Baier - Goiás

Meia -esquerda
Jorge Wagner - São Paulo
Thiago Neves - Fluminense
Valdívia - Palmeiras

Atacante 1
Acosta - Náutico
Dagoberto - São Paulo
Leandro Amaral - Vasco

Atacante 2
Aloísio - São Paulo
Dodô - Botafogo
Josiel - Paraná

Técnicos
Caio Júnior - Palmeiras
Joel Santana - Flamengo
Muricy Ramalho - São Paulo

Árbitros
Heber Roberto Lopes (PR)
Leonardo Gaciba  (RS)
Paulo Cesar Oliveira (SP)

Revelação
Breno - São Paulo
Felipe - Corinthians
Hernanes - São Paulo

Craque Brasileirão 2007
Acosta - Náutico
Rogério Ceni - São Paulo
Valdivia - Palmeiras

Craque da Torcida
Felipe - Corinthians
Rogério Ceni - São Paulo
Valdívia - Palmeiras

SELEÇÃO:

Felipe (1), Léo Moura, Breno (2), Miranda e Kléber; Hernanes, Richarlyson, Íbson (3) e Thiago Neves (4); Acosta e Dodô (5). Técnico: Muricy Ramalho.

(1) Escolhi o Felipe por ele ter sido mais exigido que o Rogério Ceni no campeonato e ter se mostrado muito seguro, mostrando todos os recursos técnicos que exigem a posição de goleiro e em pouco tempo de Corinthians já é considerado como "São" Felipe. Rogério também fez suas grandes defesas -- como sempre! -- e foi o líder da defesa menos vazada do pentacampeão, mas pelas defesas importantes e pelo contexto que há por trás do goleiro corintiano, justifico a escolha pelo Felipe.

(2) Breno, por ter jogado a maior parte do campeonato com apenas 17 anos e por ter mostrado maturidade invejável dentro de campo. Mas poderia ser qualquer um dos outros dois. Fábio Luciano foi o xerife na recuperação flamenguista e esse Thiago Silva é um zagueiraço e gostaria de tê-lo no elenco do SPFC.

(3) Não vejo por quais motivos escolherem o Diego Souza, que começou bem o Brasileirão, fez um primeiro turno razoável, mas depois decaiu muito, assim como todo o time do Grêmio. A briga fica entre o Paulo Baier, que foi o grande responsável por grande parte dos pontos conquistados até aqui pelo Goiás, e o Íbson, que assim que entrou no time do Flamengo fez sua equipe subir de produção e alcançar o G-4, vindo daí a sua escolha como "melhor meia-direita".

(4) Valdívia? Aquele que só cai? Não! O Jorge Wagner jogou muito bem, mas deveria brigar por uma vaga na "lateral-esquerda" (seria o meu lateral), pois o Thiago Neves jogou muita bola e deu show nesse Brasileirão, caindo de produção depois do imbróglio em torno da renovação de seu contrato com o Fluminense.

(5) Depois de um jogo entre Flamengo e Paraná no Rio de Janeiro, cheguei a cogitar a contratação do Josiel pelo SPFC. Mas as rodadas foram acontecendo e não sei onde ficou o futebol do até aqui artilheiro do Campeonato Brasileiro. Talvez tenha ficado com o Pintado, assim como o futebol de todos os outros atletas paranistas. O Dodô, mesmo com a história do dopping, jogou muita bola nesse ano de 2007 e fez seus belos gols no Brasileirão, merecendo ser o matador da seleção do campeonato. O Aloísio mais uma vez foi importante, mas nada que justifique sua presença numa seleção.

ÁRBITRO: Leonardo Gaciba (RS).

REVELAÇÃO: Breno.

CRAQUE DO CAMPEONATO: Rogério Ceni*.

*Alguns irão questionar: como pode o Rogério ser o craque da competição se nem na seleção dela ele está? Bem, é aí que entra o todo: defesas, liderança e os gols. Rogério Ceni não é apenas um goleiro, ele é muito mais que isso!

CRAQUE DA TORCIDA: Rogério Ceni, com toda a certeza.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Celeste arrebatadora


Foi o primeiro jogo do Uruguai que assisti nestas Eliminatórias Sulamericanas para a Copa do Mundo da África em 2010. E, logicamente, não poderia ser contra outro adversário e em lugar mais apropriado: o oponente era o Brasil no imponente Morumbi, em São Paulo.

O resultado todos sabemos: 2x1 para a seleção brasileira, com os dois tentos da virada sobre o Uruguai  anotados pelo ex-sãopaulino Luís Fabiano e com destaque para o goleiro Júlio César.

Opa! O goleiro do Brasil foi um dos destaques da partida com a seleção jogando em casa?

Sim, foi.

O Uruguai mandou na partida em pleno Morumbi, pressionando os “donos da casa” e saindo à frente no placar com menos de 10 minutos jogados.

E manteve o ritmo intenso até o final, mesmo após sofrer o desmerecido empate aos 43 minutos do primeiro tempo numa falha do goleiro Carini e a virada aos 19 da etapa final.

Não há como deixar de reverenciar o futebol demonstrado pelos uruguaios, sem querer desmerecer os destaques brasileiros solitários Luís Fabiano e Júlio César numa seleção que nada agradou ao público.

Trata-se de uma equipe jovem e renovada, montada pelo treinador Oscar Tabárez. O esquema tático escolhido? Pasme: 4-3-3. Isso mesmo, três atacantes para enfrentar o pentacampeão mundial em seus domínios territoriais, sem temer estrelas como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho, que estiveram longe de brilhar durante a partida.

Ao contrário da equipe de Dunga, o Uruguai apresentou tabelas entre seus três atacantes, apoio alternado dos laterais, e bom entrosamento da equipe, criando excelentes oportunidades de gol e envolvendo a defesa brasileira, pecando apenas na conclusão em gol.

E como perderam gols! De cabeça, cara-a-cara com o goleiro, chutes de fora da área... Daí a excelente participação de Júlio César, até então pressionado pelo fantasma de Rogério Ceni que acompanhava milhares de espectadores, os quais no final aplaudiram devidamente o goleiro da Internazionale de Milão.

No entanto, o Uruguai apresenta pontos fracos. Por exemplo, a demora na reposição do sistema defensivo quando a posse de bola era do Brasil foi nítida. Por causa dessa lentidão se iniciaram os gols canarinhos com Maicon: no primeiro o lateral-direito teve a liberdade para conduzir a bola por alguns metros e tocar para Luís Fabiano chutar quase sem ângulo; no segundo ele foi lançado na direita, cruzou a bola na área, que sobrou para o matador guardá-la nas redes, decretando a virada.

Pela inexperiência do escrete uruguaio e pelo corajoso esquema tático, a luta por uma vaga na Copa de 2010 será suada.

O capricho na finalização e uma melhor recomposição do meio-de-campo por um dos atacantes, aproximando a defesa e o meio para evitar a formação de buracos, como os vistos após os contra-ataques da seleção brasileira, são algumas correções necessárias por parte do treinador Oscar Tabárez.

Diego Lugano e seus companheiros têm plenas condições de classificarem o Uruguai para o Mundial da África em 2010 se nos jogos seguintes das Eliminatórias jogarem da mesma maneira que enfrentaram o Brasil no Morumbi, atentando-se para a retificação dos erros apontados.

De qualquer forma, o que todos viram no Morumbi, fora Luís Fabiano e Júlio César que salvaram o Brasil, foi uma Celeste arrebatadora!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Série B por um fio


Eis mais um escândalo no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão de 2007.

Não bastava a polêmica envolvendo o Marília Atlético Clube em junho deste ano, que perdeu seis pontos na tabela da competição e foi multado em R$ 2 mil reais por supostamente ter escalado um jogador irregular contra a equipe do Avaí, surge agora um dossiê elaborado pela direção do rebaixado Santa Cruz de Recife que poderá paralisar e invalidar a Série B.

O dossiê consiste em e-mails e números de contas bancárias, havendo o envolvimento de um integrante da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que oferecia uma “ajudinha” ao clube pernambucano em alguns jogos em troca de passagens e outros favores aos árbitros da partida.

A Federação Pernambucana de Futebol, que defende os interesses do Santa Cruz, já enviou o seu parecer à CBF exigindo as devidas providências.

Trata-se de um caso de extorsão, em que a equipe pernambucana fica numa sinuca de bico, com o seu presidente Édson Nogueira se perguntando: pago e sou beneficiado ou mantenho a postura ética e corro o risco de ser prejudicado?

De fato, o Santa Cruz mereceu o rebaixamento para a Terceira Divisão e tem uma equipe bastante fraca e limitada.

No entanto, essas denúncias devem ser apuradas e investigadas e que sejam punidos os envolvidos, não podendo ocorrer a paralisação da Série B e nem a marcação das partidas supostamente influenciadas, como o jogo Santa Cruz x Ceará citado no dossiê.

Paralisar, invalidar ou remarcar jogos, restando apenas uma rodada para o fim do campeonato, implicaria também na Série A, podendo haver manifestações dos times que estão na zona de rebaixamento para a Segunda Divisão.

Diante desse nebuloso contexto, portanto, deve-se mesmo torcer pela punição dos corruptos e que o castigo seja cumprido, apesar do histórico não convencer o público disso, vide a situação do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, protagonista do escândalo de 2005, que continua vivendo sua vida normalmente e cobrando valores altíssimos por entrevistas.

O torcedor brasileiro não merece nada disso.

O Imperador no Morumbi?


O centroavante Adriano, como está sendo divulgado pela imprensa, passará cerca de 45 dias na capital paulista tendo como objetivo tratar-se física e psicologicamente.

O responsável por essa recuperação do atleta será o São Paulo Futebol Clube, que conta com o consentimento da diretoria da Internazionale de Milão, clube que detém os direitos federativos do jogador, através de uma carta oficial assinada pelo diretor técnico italiano Marco Branco.

No REFFIS – núcleo de Reabilitação Esportiva, Fisioterápica e Fisiológica – são-paulino, Adriano contará com uma estrutura de primeira e que já foi elogiada recentemente pelo chefe do departamento médico do Real Madrid em visita ao Brasil.

Adriano, no entanto, não precisará apenas recuperar sua melhor forma física para que volte brilhar nos gramados mundo afora. O craque necessitará também de apoio psicológico, tendo em vista a superação de problemas dessa ordem como o abuso das noitadas e o consumo excessivo de álcool.

A equipe italiana conta com a reapresentação do atacante em janeiro de 2008 e espera reencontrar um Adriano Imperador novamente, apelido este que recebera da torcida da Inter entre 2002 e 2004.

Sem dúvidas Adriano tem potencial imenso para voltar a brilhar nos gramados europeus e o São Paulo ajudará o “Imperador” nesta luta oferecendo toda sua estrutura.

Após a sua plena recuperação física e psicológica, entretanto, o melhor seria readequá-lo ao estresse competitivo gerado pelos jogos no Brasil, onde o jogador terá a família e uma equipe de profissionais consciente da missão que tem.

E o Tricolor com todo o seu aparato tecnológico e de pessoal, mais o ambiente estável e alegre, seria o melhor lugar para isso, restando apenas a difícil missão de convencer os dirigentes italianos.

Inveja

“...Só o oportunismo sem freios do SPFC é que explica a luta por trazer um atleta nestas condições. Ou aquilo ali não é mais Reffis, mas um departamento do AAA, um tal AAF (Associação de Alcoólicos Famosos)”.

Estas foram as infelizes palavras redigidas no blog de Antonio Roque Citadini, dirigente corintiano.

O São Paulo não precisa disso (oportunismo), Citadini. E os fatos estão aí para comprovar.

Primeiramente, o Adriano não está no São Paulo apenas para superar estes problemas de ordem psicológica – que influenciam no desempenho dentro dos gramados – e ele contou com a anuência da Inter de Milão para vir desfrutar da estrutura tricolor para também condicionar-se fisicamente.

Em segundo plano, tem-se conhecimento dos inúmeros atletas de alto nível que passaram pelo REFFIS Tricolor nos últimos anos: Ronaldo Fenômeno, Kaká, Edmílson, o veterano zagueiro português Abel Xavier.

O meio-campista Zé Roberto também se tratou no Centro de Treinamento da Barra Funda e só não vestiu a camisa tricolor em 2006 por ter recebido uma proposta de nível europeu do Santos Futebol Clube. E mesmo assim deu no que deu: o Santos conquistou apenas um Campeonato Paulista de lá para cá e o Tricolor foi Bicampeão Brasileiro.

Ao receber Adriano no CT, o São Paulo não tem como objetivo primário contratá-lo, mas sim reforçar uma imagem já consolidada internacionalmente, torcendo para que o bom centroavante volte a ser convocado para a Seleção Brasileira e torcendo para que ele recupere o status de “Imperador” na Itália.

Isso ocorrendo, o nome da instituição São Paulo Futebol Clube será repercutido no Mundo mais uma vez e de forma positiva, ao contrário do Corinthians que ultimamente tem sido matéria nos noticiários policiais ou, esportivamente, na luta para escapar do rebaixamento.

Ao contrário de suas aparições na televisão, Citadini costuma ser sério quando escreve em seu blog; dessa vez, contudo, ficou evidente a tentativa descabida de rebaixar e desprestigiar o rival São Paulo.

Não há outra palavra senão inveja para definir a postura lamentável desse corintiano, com formação superior (!) e ocupação de importantes cargos jurídicos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Orgulho?


Na última terça-feira (13/11) li uma carta de um corinthiano postada no blog do jornalista Juca Kfouri, o Blog do Juca.

No manuscrito ele dissertava sobre a felicidade propiciada pela defesa de um pênalti do goleiro Felipe no empate por 1x1 contra o Goiás no último domingo, dizendo ter orgulho de ser “corinthiano, maloqueiro e sofredor”.

O São Paulo Futebol Clube, por sua vez, passou momentos angustiantes também, mas que no fim transformaram-se em vitória, em conquistas.

O orgulho de ser são-paulino, em contrapartida ao que disse esse corinthiano que escreveu a carta, vem de momentos como a vitória nos pênaltis contra o Rosário Central pela Libertadores de 2004; vem da virada sobre o Barcelona em 1992; vem das defesas de Rogério Ceni contra o Liverpool.

O orgulho de ser são-paulino vem também desses contratos milionários assinados recentemente, considerando o fato de ser um clube relativamente jovem (completará 72 anos em dezembro), e do crescimento exponencial da torcida tricolor.

Sofrer todos vão. Mas prefiro sofrer ganhando, enxergando e presenciando virtudes e acertos.

Definitivamente, nós, são-paulinos, temos muito mais do que se orgulhar.