Foi o primeiro jogo do Uruguai que assisti nestas
Eliminatórias Sulamericanas para a Copa do Mundo da África em 2010. E,
logicamente, não poderia ser contra outro adversário e em lugar mais
apropriado: o oponente era o Brasil no imponente Morumbi, em São Paulo.
O resultado todos sabemos: 2x1 para a seleção brasileira,
com os dois tentos da virada sobre o Uruguai
anotados pelo ex-sãopaulino Luís Fabiano e com destaque para o goleiro
Júlio César.
Opa! O goleiro do Brasil foi um dos destaques da partida com
a seleção jogando em casa?
Sim, foi.
O Uruguai mandou na partida em pleno Morumbi, pressionando
os “donos da casa” e saindo à frente no placar com menos de 10 minutos jogados.
E manteve o ritmo intenso até o final, mesmo após sofrer o
desmerecido empate aos 43 minutos do primeiro tempo numa falha do goleiro
Carini e a virada aos 19 da etapa final.
Não há como deixar de reverenciar o futebol demonstrado
pelos uruguaios, sem querer desmerecer os destaques brasileiros solitários Luís
Fabiano e Júlio César numa seleção que nada agradou ao público.
Trata-se de uma equipe jovem e renovada, montada pelo
treinador Oscar Tabárez. O esquema tático escolhido? Pasme: 4-3-3. Isso mesmo,
três atacantes para enfrentar o pentacampeão mundial em seus domínios
territoriais, sem temer estrelas como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho, que estiveram
longe de brilhar durante a partida.
Ao contrário da equipe de Dunga, o Uruguai apresentou
tabelas entre seus três atacantes, apoio alternado dos laterais, e bom
entrosamento da equipe, criando excelentes oportunidades de gol e envolvendo a
defesa brasileira, pecando apenas na conclusão em gol.
E como perderam gols! De cabeça, cara-a-cara com o goleiro,
chutes de fora da área... Daí a excelente participação de Júlio César, até
então pressionado pelo fantasma de Rogério Ceni que acompanhava milhares de
espectadores, os quais no final aplaudiram devidamente o goleiro da
Internazionale de Milão.
No entanto, o Uruguai apresenta pontos fracos. Por exemplo,
a demora na reposição do sistema defensivo quando a posse de bola era do Brasil
foi nítida. Por causa dessa lentidão se iniciaram os gols canarinhos com Maicon:
no primeiro o lateral-direito teve a liberdade para conduzir a bola por alguns
metros e tocar para Luís Fabiano chutar quase sem ângulo; no segundo ele foi
lançado na direita, cruzou a bola na área, que sobrou para o matador guardá-la
nas redes, decretando a virada.
Pela inexperiência do escrete uruguaio e pelo corajoso
esquema tático, a luta por uma vaga na Copa de 2010 será suada.
O capricho na finalização e uma melhor recomposição do
meio-de-campo por um dos atacantes, aproximando a defesa e o meio para evitar a
formação de buracos, como os vistos após os contra-ataques da seleção
brasileira, são algumas correções necessárias por parte do treinador Oscar
Tabárez.
Diego Lugano e seus companheiros têm plenas condições de classificarem
o Uruguai para o Mundial da África em 2010 se nos jogos seguintes das
Eliminatórias jogarem da mesma maneira que enfrentaram o Brasil no Morumbi,
atentando-se para a retificação dos erros apontados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário