segunda-feira, 30 de julho de 2007

A demissão de Ney Franco


O treinador de futebol Ney Franco, campeão carioca e campeão da Copa do Brasil neste ano pelo Flamengo, foi demitido pelo rubro-negro carioca após um empate emocionante contra o Corinthians no Morumbi, quando perdia por 2x0.

Ney Franco realmente não conseguiu fazer sua ex-equipe engrenar no Brasileirão. No entanto, acabara de receber o reforço do meio-campista Roger, vindo do Corinthians, e contaria com os retornos por empréstimo de Ibson e Jônatas, vendidos pelo Fla ao Porto (POR) e ao Espanyol (ESP), respectivamente.

O Flamengo, ao contrário de outras equipes que em sua maioria jogaram 15 vezes no certame nacional, tem apenas 12 partidas devido ao adiamento de alguns jogos por causa do Pan-Americano do Rio de Janeiro.

Ou seja, Ney Franco poderia perfeitamente superar as adversidades e levar o time de maior torcida do Brasil a uma melhor posição na tabela, pelos jogos que teria a fazer e pelos reforços que receberia.

Uma reação foi esboçada ao vencer o América-RN por 3x1 na última quarta-feira e ao buscar um melhor resultado com o Corinthians e arrancar um empate por 2x2.

Ficou só no esboço.

Vamos ver o que fará Joel Santana e sua prancheta em prol da amadora aposta dos amadores dirigentes flamenguistas.

Juvenal Juvêncio e Muricy
O presidente Juvenal Juvêncio apostou, bateu o martelo e disse que Muricy Ramalho permaneceria no comando do São Paulo após um começo instável no Brasileirão.

Hoje o Tricolor Paulista tem o mesmo número de pontos do líder Botafogo, que leva vantagem no saldo de gols.

Mera coincidência ou pura competência?

domingo, 29 de julho de 2007

Tricolor vence o Mecão no detalhe


O São Paulo entrou em campo com a mesma formação que venceu o Sport no Morumbi por 3x1 em jogo válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Enquanto que na partida contra o time pernambucano o time sãopaulino ganhou o jogo taticamente, trabalhando a bola e chegando ao gol, contra o América do Rio Grande do Norte a atuação não foi a mesma.

O São Paulo não conseguia trabalhar a bola e achar jogadas pelo meio para transpor a defesa do Mecão. Claramente a alternativa era jogar pelas laterais do campo, mas com o time escalado no 4-4-2, os laterais Reasco e Richarlyson deveriam se ater à marcação e não tanto às subidas ao ataque.

Em um jogo muito fraco tecnicamente, o Tricolor achou seu gol ainda no primeiro tempo no famoso “detalhe” que costuma decidir partidas: após cobrança de escanteio que Richarlyson desviou de cabeça completando para o gol. Ainda na primeira etapa, em chutes de longa distância, o artilheiro do São Paulo no jogo e Souza levaram perigo ao gol de Renê, além da cobrança de falta do goleiro Rogério Ceni que exigiu boa defesa do goleiro do América.

O time paulista, no segundo tempo, ainda teve mais duas boas chances com Diego Tardelli, que entrou no lugar do apagado Borges, e com Souza, após passe de Hugo que substituiu Leandro.

Por sua vez, o lanterna do Brasileirão criou poucas oportunidades, destacando-se uma na primeira etapa com o ala-direito Eduardo e outra, já na etapa final, com o meia Marquinhos.

Talvez Muricy Ramalho poderia ter trazido para a capital paulista um resultado mais elástico se escalasse o time no 3-5-2 e aproveitasse os flancos do campo, de onde surgiram as melhores oportunidades sãopaulinas. No entanto, como vem ressaltando e esclarecendo em suas entrevistas, o treinador do Tricolor optou mais uma vez pelo 4-4-2 por saber das limitações do lateral equatoriano Reasco se escalado como ala e pelo bom rendimento da equipe contra o Sport na última quinta-feira.

Os meio-campistas Souza e Jorge Wagner estiveram bem apagados e tímidos na criação das jogadas. Não foi uma noite feliz dos responsáveis pela armação de lances ofensivos do Tricolor.

De vantajoso deste magro placar em Natal, só os três pontos e a aproximação do líder Botafogo, que está igualado ao São Paulo em número de pontos, mas leva vantagem no saldo de gols e tem uma partida a menos.

Resta ao torcedor sãopaulino torcer por uma boa apresentação na próxima quinta-feira, quando o São Paulo enfrentará a equipe do Juventude no Morumbi, e por um tropeço do líder do Brasileirão contra este mesmo América que sente o cheiro nem tanto agradável da Segunda Divisão.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Vitória da tática de jogo


Rogério Ceni, Reasco, André Dias, Miranda e Richarlyson; Josué, Hernanes, Jorge Wagner e Souza; Leandro (Diego Tardelli) e Borges (Hugo).

Este foi o São Paulo que venceu o Sport, de virada, por 3x1, na última quinta-feira no frio Morumbi.

O técnico Muricy Ramalho optou por um São Paulo no esquema 4-4-2, com Richarlyson na lateral-esquerda e Jorge Wagner no meio-de-campo ao lado de Souza.  Com duas linhas de quatro quando estava sem bola e, quando a posse era do Tricolor, um losango no meio-de-campo, o São Paulo se manteve na vice-liderança do Campeonato Brasileiro.

O Tricolor desde o início do jogo procurou o gol, mas quem saiu na frente foi o time pernambucano, com Weldon, que aproveitou a única vacilada do time sãopaulino na marcação no contra-ataque de sua equipe.

No segundo tempo o time de Muricy foi o mesmo da primeira etapa e continuou criando oportunidades de gol e dessa vez a bola resolveu entrar por três vezes com Leandro, Souza e Rogério Ceni em cobrança de falta perfeita. Destaque para o atacante Borges que fez o “corta-luz” para o gol de Leandro e deu o passe para o camisa 10 do Tricolor que até aquele momento só dava chutes mal direcionados.

A verdade é que o São Paulo atuou bem desde o primeiro tempo e criou jogadas no toque de bola pelo chão – mostrando o trabalho realizado no treino da véspera da partida -- e nos chutes de longa distância, porém pecava nas finalizações (principalmente com Souza). Não havia o que mudar para o segundo tempo, senão o acréscimo de vontade e volúpia para conquistar os três pontos.

No entanto, deve-se apontar alguns fatos envolvendo alguns atletas individualmente.

O ala Jorge Wagner não se destacou no meio-campo, apesar de ter se esforçado bastante e auxiliado Souza na marcação da saída de bola. Muitos torcedores pedem o ex-jogador de Corinthians e Internacional no meio-de-campo, como cabeça pensante da equipe. Ficou evidente, porém, que ele realizou no máximo alguns cruzamentos e chutes ao gol, já que passes em profundidade através de seus pés foram nulos (só tapinhas na bola para os companheiros mais próximos). O organizador de jogadas do time, mesmo, foi Souza que apesar dos péssimos chutes, teve boa atuação.

Já Leandro, mesmo marcando o seu gol na partida, mais uma vez teve atuação contestada. Muita firula novamente e pouca objetividade. Aliás, objetividade esta que, felzimente, só foi colocada em prática no momento de seu gol.

Alguns irão questionar a escalação do volante Richarlyson na lateral. Ora, todos sabemos que Júnior e principalmente Jadílson não se destacam pela marcação. E para enfrentar uma equipe jogando no 3-5-2 e contando com o habilidoso atacante Carlinhos Bala, pode-se compreender perfeitamente a presença de Richarlyson, que mais uma vez foi bem.

Enfim, taticamente o time de Muricy foi o mesmo do início ao final da partida e, diga-se, foi muito bem.

Uma vitória da tática de jogo, uma vitória do trabalho de Muricy, que derruba mais uma vez as fofocas de que não tem o grupo sob controle.

Avante, São Paulo!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Mais lamentações


Lamentável I
Só posso lamentar aqueles que acreditam que o Brasil terá chances de repetir, ou pelo menos aproximar-se, da campanha do Pan-2007, no que diz respeito ao número de medalhas de ouro conquistadas, nas Olimpíadas de Pequim no ano que virá.

Como já foi discutido neste blog (no post Alegria,tristeza e lamentações), o dinheiro público investido para trazer os Jogos Panamericanos para o Brasil não foi pouco e poderia ter sido utilizado para outras causas que necessitam muito mais destes recursos.

Pois bem, uma delas seria investir em futuros atletas, atletas e treinadores dos esportes olímpicos se o desejo for contribuir com o esporte. Quem sabe intercâmbios com países com tradição em determinada modalidade esportiva.

Fica evidente essa necessidade quando assistimos o atleta Vicente Lenílson terminar a prova dos 100m rasos na sétima colocação (são oito os participantes da final da modalidade), vendo o ouro ser entregue a um atleta da desconhecida Antilhas Holandesas.

Os Jogos Panamericanos são uma coisa, onde muitas vezes atletas são testados pelas delegações e treinadores dos países participantes; os Jogos Olímpicos são outra coisa, muitíssimo diferente, onde terá a presença de outras potências do Mundo todo – como Rússia e China, só para exemplificar -- e não apenas das Américas.

Mas os dirigentes brasileiros são chegados mesmo em obras caríssimas, as quais são colocadas em primeiro plano. Como se não houvesse outras prioridades...

Lamentável II
O comportamento da torcida brasileira na prova de declato, vaiando os atletas de outros países.

Comportamento semelhante teve o ex-jogador de basquete Oscar Schimidt na competição individual da ginástica artística, com gritos de “vai cair, vai cair!” para os ginastas que concorriam com os brasileiros.

Na verdade, até compreendo as atitudes, apesar de que não faria o mesmo (de certo daria aquela “secadinha” básica nos rivais dos nossos atletas).

Culturalmente, a torcida brasileira, quando se junta em estádios ou afins, tem por costume vaiar os rivais daqueles por quem estão torcendo. Incluindo nisso os esportes mais tradicionais e populares aqui no país, como o futebol, o vôlei e o basquete, nos quais os gritos e vaias são manifestações bastante comuns.

No caso de Oscar, pode-se afirmar o mesmo, ainda mais por ele ter se consagrado e atuado no meio do basquete que é um esporte popular.

A falta de vivência nestes esportes (atletismo e ginástica artística) – nos quais geralmente as pessoas que os acompanham o fazem por admirar determinado atleta, independente de sua nacionalidade --, seja assistindo-os pela TV ou praticando-os, com certeza contribuiu para essa atitude lamentável.

Seria interessante ver as emissoras de TV aberta do país transmitirem mais eventos de esportes olímpicos como o atletismo e a ginástica artística, seria interessante as escolas nas aulas de educação física incentivarem o ensino (não se trata de especialização, mas sim a vivência básica e a teoria) dessas modalidades.

E mais que as outras duas sugestões: seria interessante que o governo e os dirigentes do esporte brasileiro financiassem programas de incentivo a estes esportes e deixassem de lado a tola idéia de se realizar eventos incompatíveis com a realidade do Brasil, como os Jogos Panamericanos e a Copa do Mundo, que ao que tudo indica será mesmo em solos tupiniquins em 2014.

Só seria interessante...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Alegria, tristeza e lamentações


A campanha brasileira no Pan-2007, no Rio, superou hoje todas as anteriores com a trigésima medalha de ouro conquistada no tênis de mesa pelo trio Hugo Hoyama, Thiago Monteiro e Gustavo Tsuboi na final por equipes, batendo a equipe argentina.

Justamente no dia em que se completa uma semana da tragédia ocorrida em São Paulo, com o acidente do vôo JJ 3054 da TAM que custou a vida de 200 pessoas.

Durante essa semana se que passou, muitos ouros foram conquistados pelo Brasil no Pan: na ginástica artística, na natação, no vôlei de praia, no atletismo e, hoje, no tênis de mesa.

Sim, o Panamericano do Sr. Carlos Artur Nuzman -- presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) --, com obras caríssimas (superfaturadas?) e utilizando o dinheiro público.

Os ouros conquistados por Diego Hypolito, Mosiah Rodrigues, Jade Barbosa, Thiago Pereira, Rebeca Gusmão, pelas duplas Juliana e Larissa e Ricardo e Emanuel, pela Fabiana Murer, pelo trio do tênis de mesa e todas as demais medalhas que foram e serão conquistadas por atletas brasileiros são motivos de orgulho e de alegria para qualquer brasileiro.

No entanto, com a tragédia do avião da TAM que entristeceu o Brasil e o Mundo, eu definitivamente só tenho a lamentar a realização deste Pan do Rio de Janeiro, já que todo este dinheiro investido poderia ter sido utilizado para solucionar outros e maiores problemas como o da crise aérea que assola o Brasil.

O Sr. Nuzman tem a sensação de dever cumprido (ou não, pois há relatos de falta de comida para os atletas na Vila Panamericana e filas enormes nos espaços que recebem os jogos com torcedores à procura de ingressos que estão nas mãos de pessoas “VIPs” que sequer comparecem para prestigiar o evento, deixando lugares vazios que poderiam ser preenchidos pelos “comuns”) e conseguiu autopromover-se.

Enquanto isso os familiares das vítimas do acidente da trágica terça-feira do último dia 17 choram a perda de seus entes.

Medalha de ouro? Alegria momentânea. Agora temos mesmo é que lamentar.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Até quando?


O Palmeiras fará um protesto formal, encaminhando uma carta à CBF posicionando-se contra o erro do assistente Marrubson de Freitas, que anulou um gol legal feito pelo chileno Valdívia na partida de ontem contra o Paraná.

O gol anulado ocorreu da seguinte forma: Valdívia recebeu a bola na linha da pequena área e finalizou com um chute cruzado, que bateu na trave antes de entrar no gol. No entanto, o atacante Luís Henrique, do time paulistano, acompanhava a jogada e chegou próximo à trave em que a bola bateu antes de morrer nas redes do time paranista. O Sr. Marrubson de Freitas levantou a bandeira assinalando impedimento de Luís Henrique, achando que este teria tocado na bola, pois se encontrava na frente da linha do objeto no momento do chute.

Vamos considerar as dimensões do campo e a posição do bandeira que se encontrava na linha lateral.

A linha-de-fundo simetricamente paralela à linha do meio-de-campo (largura do campo de jogo) deve ter, no mínimo, 45 metros ou, no máximo, 90 metros. No caso do estádio do Paraná, o Durival de Britto, onde foi realizado o jogo em questão, a largura do campo é de 75 metros.

Considerando: a distância entre os dois postes (7,32m); a distância entre um poste e a linha vertical da pequena área (5,5m); a distância entre as linhas verticais da pequena área e da área penal (11m); e a distância entre a linha vertical da área penal e a bandeira de escanteio (17,34m), afirma-se que o bandeira estava a aproximadamente 41,16m do atacante Luís Henrique, como se pode ver no esquema abaixo.


Portanto, levando-se em conta este afastamento entre o árbitro assistente e o atleta, com o agravante dele ter outros jogadores encobrindo sua visão, é perfeitamente aceitável o erro do bandeira.

O que quero dizer é que os protestos contra arbitragens devem ser eitos com bom senso e essa capacidade não vem sendo colocada em prática por times como Botafogo, no episódio envolvendo a auxiliar Ana Paula de Oliveira na semi-final da Copa do Brasil, o próprio Paraná, que foi beneficiado agora, que reivindicava a anulação do jogo contra o São Paulo por erros de arbitragem, e agora o Palmeiras, que se coloca na posição de perseguido, como se os erros acontecessem sempre contra e nunca a favor da equipe do técnico Caio Júnior.

O futebol brasileiro se encontra em um nível baixíssimo tecnicamente. Se essa falação que envolve os árbitros como um dos argumentos para justificar as derrotas se proliferar para outros técnicos e dirigentes de outras equipes, a tendência é que os torcedores aqui do Brasil acompanhem um futebol cada vez mais chato.

Bom senso, treino e boa administração. É essa a receita para que os clubes de futebol cresçam e, no caso de alguns, voltem a ganhar títulos.

domingo, 22 de julho de 2007

Três pontos suados!


Cruzeiro e São Paulo se enfrentaram no Mineirão na tarde deste domingo, que acabou com a vitória do Tricolor por 2x1, de virada, com gols de Breno e Hernanes para o Tricolor.

Desse confronto, mesmo, só os três pontos e o golaço de Hernanes para se comemorar.

O São Paulo teve mais uma vez dificuldade para armar jogadas e quando o fez, o ataque se encontrava em posição irregular.

Souza, em tese o responsável por dar assistências aos atacantes, errou muitos passes e teve atuação pífia, assim como Hugo que entrou no lugar de um Leandro que só fez “firulas” e mais uma vez foi pouco objetivo. Se o São Paulo está fazendo uma limpeza no elenco, é provável que estes três atletas sejam negociados – se não agora, é provável que em 2008 eles não vestirão mais o Manto Tricolor.

De positivo pode-se destacar as atuações da dupla Hernanes e Richarlyson. Eles darão dor de cabeça ao técnico Muricy para garantir um lugar no time titular sãopaulino para compor o setor de marcação do meio-de-campo juntamente com Josué, que voltará de suspensão na próxima quinta-feira contra o Sport Recife no Morumbi. O jogador que garantiu a vitória do Tricolor contra o Cruzeiro parece levar ligeira vantagem.

Enfim, pelo futebol das duas equipes, o resultado final foi justo. O São Paulo teve mais ímpeto durante o jogo, atacou mais, no entanto ainda não empolga o seu torcedor.

O técnico Muricy Ramalho terá trabalho para retomar o bom futebol que consagrou essa equipe no ano passado com o título nacional, vide a displicência e/ou má fase técnica de alguns atletas.

Uma vaga na Libertadores – considerando o nível do campeonato e o nível do futebol apresentado pelo São Paulo – parece estar de bom tamanho.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

São Paulo x Fluminense e Torcida x Muricy


O São Paulo iniciou o jogo com a dupla Diego Tardelli e Dagoberto se movimentando bastante. E com Souza, que parecia inspirado, disposto, procurando jogadas e fazendo tabelas com Dagô e Tardelli e com os alas Ilsinho e Júnior – foi só no início mesmo, porque depois dos dez primeiros minutos o atual camisa 10 sãopaulino tornou-se inoperante.

O treinador sãopaulino Muricy Ramalho, então, vendo que o Tricolor não criava e que a dupla de ataque estava recuada demais, longe do gol adversário, deu a ordem para que ambos se revezassem na posição de centroavante.

No entanto, isso parece não ter surtido efeito, devido à forte marcação do Fluminense. A saída de bola do Tricolor Paulista foi bem anulada, tanto que quem assistiu a partida do Morumbi pôde perceber os recuos de bola para os zagueiros e para o goleiro Rogério Ceni devido à inoperância de jogadas a fim de fazer a ligação do meio-campo com o ataque.

A única saída para assustar o goleiro Fernando Henrique do Flu foi chutar de longa distância e foi assim que o São Paulo teve a primeira chance com um Diego Tardelli com muita disposição de vencer.

No segundo tempo o problema da falta de articulação de jogadas persistiu e o pior veio a acontecer aos oito minutos de jogo, numa raríssima falha da defesa sãopaulina que teve de brecar o meio-campista Thiago Neves com falta dentro da área cometida por Breno: penalidade máxima, bem executada por Somália. O Fluminense abriu o placar e conseguiu mantê-lo, derrotando o São Paulo por 1x0 em pleno Cícero Pompeu de Toledo.

A verdade é que o Fluminense teve uma proposta de jogo e conseguiu torná-la efetiva, anulando as jogadas do São Paulo e achou o seu gol num vacilo do time mandante. Não se pode afirmar que o técnico Renato Gaúcho deu um “nó tático” em Muricy, pois o contra-ataque do Tricolor do Rio de Janeiro nem foi tão presente na partida de ontem.

O treinador sãopaulino, com sua equipe sendo derrotada, foi para o tudo ou nada: tirou o volante Hernanes, que já tinha amarelo, para a entrada de Leandro. Alguns minutos depois sacou o zagueiro Breno, que deu lugar ao meio-campista Hugo.

Os dois entraram muito mal, com o primeiro sendo pouco eficiente e objetivo e o segundo errando passes de dois metros, o que é ridículo para um atleta profissional de futebol.

No fim ainda teve a substituição de Dagoberto, que pediu para sair com dores no tornozelo, para a entrada do desleixado e sonolento Lenílson, que junto com Tardelli fixou-se na área para os famosos chuveirinhos que deveriam ser feitos por Hugo e Leandro articulando jogadas pelo lado esquerdo e por Souza pelo lado direito que contava com as subidas agora esporádicas de Ilsinho.

Muricy Ramalho fez o que podia, tentou ganhar o jogo. Mas a má fase (ou deficiência?) técnica de alguns atletas parece não contribuir com o técnico do São Paulo. São escassas as jogadas de ataque em que há um trabalho da bola para que ela chegue redonda até os atacantes para que eles finalizem. Ainda acho que o Souza – com toda sua limitação e, algumas vezes, displicência --, dentro do elenco do Tricolor Paulista, é o que tem mais características técnicas que iriam de encontro com este objetivo – mais ainda que Jorge Wagner, pedido por muitos torcedores no meio-campo, que não é e nunca foi jogador que serviu os companheiros de ataque.

Alguns defendem a demissão do treinador como se isso fosse resolver todos os pontos negativos do time, independente da qualidade de Muricy. Seria a famosa “mudança de ar” ou o famoso “fato novo”.

Pode até ser que esta seja a solução. Devo confessar, todavia, que não sou adepto desta idéia e prezo pela continuidade de um trabalho que se mostrou constante e vitorioso ao longo dos últimos três anos.

Juro que tentei enxergar erros de Muricy Ramalho para, quem sabe, entrar no coro dos críticos do treinador que o chamam de burro, contudo, não consigo enxergar que os problemas do time do Morumbi estejam concentrados em suas atitudes no comando da equipe – mesmo vendo a avassaladora maioria de torcedores e alguns jornalistas posicionando-se contra o técnico.

O tempo tratará de esclarecer quem está certo: os profetas do apocalipse ou aqueles que acreditam que com pequenas mudanças no elenco -- e não na comissão técnica -- o São Paulo recuperará sua identidade vencedora.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Evoluiu ou evoluirá?


O São Paulo não perde há seis partidas e tem a melhor defesa do Campeonato Brasileiro com apenas três gols sofridos. Mas foi às redes adversárias apenas em nove oportunidades nos onze jogos realizados até aqui.

Tais números são conflitantes.

No entanto, o time treinado por Muricy Ramalho parece estar se reencontrando. Após os fracassos no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores, o Tricolor passou por momentos turbulentos e teve um início inconstante no Brasileirão. Muricy prometeu acertar a defesa e depois o ataque. A primeira promessa foi cumprida – e brilhantemente, diga-se, vide a marca do sistema defensivo sãopaulino no certame nacional.

O ataque ainda necessita de ajustes, apesar da aparente melhora, uma vez que o São Paulo tem finalizado bastante nas partidas que faz e as críticas da imprensa sobre o jejum de gols dos atacantes tricolores cessaram: do jogo contra o Vasco (6ª rodada) até o clássico contra o Corinthians (11ª rodada) os homens de frente do time do Morumbi foram os responsáveis por cinco dos seis tentos anotados neste intervalo de jogos (o goleiro Rogério Ceni fez um gol, de pênalti, contra o Internacional no Morumbi).

É inevitável que se pergunte, nesse momento de recuperação do Tricolor, se o time continuará ascendendo ou se chegou ao seu limite.

A verdade é que o treinador do São Paulo, Muricy Ramalho, é trabalhador e como um bom aprendiz do Mestre Telê Santana costuma treinar fundamentos, inclusive finalização.

Falta ao São Paulo, portanto, colocar a bola na rede, pois é uma equipe que cria diversas oportunidades. Falta também um pouco de genialidade e qualidade no meio-de-campo sãopaulino, como foi o lapso de Souza no lançamento para o gol de Dagoberto no clássico contra o Corinthians. O Tricolor não pode depender apenas de bolas paradas, bicões ou rebotes. Precisa armar, articular jogadas.

Souza pode não ser o jogador ideal para ser incumbido desta responsabilidade, mas hoje, no elenco tricolor, é o que tem mais recursos técnicos para suprir essa deficiência. Basta recuperar o bom futebol apresentado no ano passado que a possibilidade do São Paulo continuar evoluindo é bastante considerável.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Futebol eficiente


A seleção brasileira conseguiu um feito inesperado por muitos: derrotou a até então favoritíssima seleção argentina por 3x0 em Maracaibo, na grande final da Copa América da Venezuela..

Foi a vitória da aplicação tática dos atletas comandados por Dunga cujo time vinha avançando de fase aos trancos e barrancos e era desacreditado por jornalistas e torcedores.

A Argentina foi dominada pelo Brasil que imprimiu uma forte marcação anulando as jogadas dos principais craques dos nossos hermanos – Riquelme e Messi – com uma dupla de volantes composta por Mineiro e Josué que fez sucesso por duas temporadas no time do São Paulo.

Além da dupla, deve-se destacar o trabalho feito por Elano e depois por Daniel Alves que o substituiu. Ambos posicionaram-se na meia-direita, atacando (quando a posse de bola era brasileira) e defendendo (quando os argentinos tentavam articular jogadas) por este lado, com o meio-campista Júlio Baptista exercendo função semelhante pelo lado esquerdo, porém com maior liberdade para atacar. Tanto que a jogada do primeiro gol do Brasil surgiu dos pés de Elano que lançou primorosamente o jogador do Real Madrid para abrir o placar e o segundo gol surgiu após cruzamento de Daniel Alves que foi desviado pelo zagueiro Ayala matando o goleiro Abondanzieri.

O Brasil atuou, portanto, com duas linhas de quatro (na defesa e no meio-de-campo), sendo que os laterais Maicon e Gilberto revezavam-se nas subidas ao ataque.

O time de Dunga foi perfeito e bastante eficiente contra a Argentina. No entanto, agora caberá ao comandante do time nacional refletir bastante e ter a humildade em reconhecer que Kaká e Ronaldinho Gaúcho devem ter lugar nesse time e que eles deverão ser peças fundamentais para alcançar o hexacampeonato na África do Sul em 2010.

Por mais que o time que conquistou a final da Copa América tenha sido eficiente, o talento dos dois craques não pode ser desperdiçado e a velha máxima de que “em time que está ganhando não se mexe” deverá valer também para a equipe que eventualmente contará com a presença de Kaká e Ronaldinho.

Felipão soube formar um time coeso e foi pentacampeão mundial com Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo Fenômeno – as melhores opções ofensivas na época. Se o estagiário Dunga for bom ele conseguirá obter bom desempenho com os dois grandes craques brasileiros – e isso não é opção; é dever!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

A vitória do preconceito


Fui ao Morumbi no último dia 03 para assistir a vitória por 1x0 do São Paulo sobre o Inter de Porto Alegre.

Como de praxe, a torcida organizada Torcida Tricolor Independente -- mais conhecida como Independente -- entoa o nome dos jogadores e do técnico do Tricolor nos momentos que antecedem a partida e ao perceber isso os torcedores “comuns” participam do coro.

Achei estranho não terem gritado o nome do volante Richarlyson, que na semana passada teve o seu nome ligado a uma polêmica envolvendo um dirigente palmeirense que se referiu ao jogador do São Paulo, quando questionado em um programa de TV se o jogador que estaria querendo dar uma entrevista ao “Fantástico” da TV Globo assumindo sua homossexualidade seria do Palmeiras (Richarlyson, em 2005, esteve próximo do acerto contratual com o clube alviverde, mas optou pelo Tricolor). Enfim, voltando à vaca fria, reparei que o nome do atleta referido não foi entoado, mas pensei que poderia ter sido simplesmente uma distração de minha parte.

No fim-de-semana passado, mais precisamente no sábado, o São Paulo jogou contra o Flamengo, também no Morumbi. Dessa vez não fui ao jogo, mas em um espaço de discussão sobre o Tricolor do qual participo -- o fórum “O Mais Querido” (www.omaisquerido.com.br) -- um participante que também compareceu no estádio no jogo contra o Inter e que foi assistir ao empate em 0x0 contra o Flamengo relatou que a Independente mais uma vez pulou o nome de Richarlyson naquela tradicional entoação aos nomes dos jogadores sãopaulinos, jogando no lixo qualquer possibilidade de alguma distração que eu pudesse ter apresentado naquele momento que antecedeu o jogo contra o Colorado do Sul.

Por que a maior torcida organizada do São Paulo estaria fazendo isso? Será que ela tem vergonha do fato desse jogador ser homossexual e por isso estaria boicotando-o (lembrando que não se tem provas concretas de que Richarlyson seja gay)? A provável resposta para esta segunda pergunta é “sim, eles têm vergonha”. E isso é lamentável, mostra a vitória do preconceito, a falta de respeito com o outro e, mais que isso, mostra que a torcida do São Paulo -- inclusive os torcedores comuns, que pelo fato da Independente não gritar o nome do Richarlyson também “se esquece” de entoá-lo --, que sempre se vangloriou por ser diferenciada, culta e inteligente, está se transformando numa torcida (em sua grande parte, pois não se deve generalizar) burra e que não tem moral nenhuma para criticar os torcedores rivais.

Não bastava a violência -- presente em todas torcidas de todos os clubes -- agora, infelizmente, assistimos a vitória do preconceito que não demorará muito a se proliferar. Em pleno século 21...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Jeitinho brasileiro


Já ouvi dizer que o Brasil é o país onde tudo é possível, ou melhor, o país em que para tudo se dá um jeitinho -- o famoso “jeitinho brasileiro”.

Não nego. Somos mesmo malandros, alguns no bom outros no mau sentido da palavra. Está cheio de malandro na política brasileira, em rolos que envolvem dinheiro na cueca e, mais recentemente, outro caso de corrupção envolvendo o presidente do Senado e do Congresso.

Corrupção? Golpes? No futebol também tem. Basta olhar um pouco para trás, coisa de dois anos, e lembraremos do caso do árbitro de futebol Edílson Pereira de Carvalho que se envolveu com um site de apostas e manipulava o resultado de jogos do Campeonato Brasileiro de 2005. E agora veio à tona o golpe da MSI, parceira do Corinthians, no clube francês Lyon, no episódio da compra do atacante Nilmar. Um golpe frio, de mafiosos mesmo.

Na Itália, o escândalo da máfia da arbitragem, que rebaixou a Juventus de Turim para a segunda divisão nacional daquele país e custou ao Milan, à Fiorentina e a outros clubes um déficit de pontos no início da temporada já encerrada na Europa.

Como se pode ver, não é só no Brasil que existe “malandragem”. Estão dando jeitinho para tudo!

Inclusive, agora, surge uma bomba envolvendo um esporte elitizado, que custa milhões e gera milhões de receita todo ano: a Fórmula 1. Há a suspeita de sabotagem, envolvendo um diretor técnico da Ferrari que teria colocado um pó branco nos motores dos carros de Felipe Massa e Kimi Raikkonen, e de espionagem, com a  participação deste mesmo engenheiro que estaria repassando informações preciosas à McLaren, que lidera o campeonato de construtores -- através dos pontos conquistados pelo britânico Lewis Hamilton e pelo atual bicampeão da F1, o espanhol Fernando Alonso --  e também o de pilotos, onde Hamilton lidera com relativa folga.

A corrupção realmente está generalizada e globalizada. E neste circo que virou o esporte, os palhaços somos nós, torcedores, admiradores, fãs e consumidores, que gastamos boa parte de nosso suado dinheiro para acompanhar jogos e eventos esportivos pela TV ou in loco.

Fala-se tanto em educação, em mostrar o certo e o errado para os jovens. Mas, particularmente, estou começando a descrer nisso. A ganância do ser humano fala mais alto, ele quer sempre mais, não tem limite e ao ultrapassá-lo atinge o limite dos outros. Posso -- e espero mesmo! -- estar errado, só sei que é difícil ter de acompanhar fatos como estes que foram relatados, quando o esporte deveria, mesmo, é alegrar aqueles que o acompanham, seja a modalidade que for.

Quem sabe, começando pelo nosso “jeitinho brasileiro”, não conseguimos colaborar para construir ao invés de destruir?

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Verde e amarelo desbotado


O Brasil é pentacampeão mundial e o único país a participar de todas as edições de Copa do Mundo. A seleção sempre cativou muitos adeptos pelo futebol elegante e majestoso desfilado em diversos campos pelo mundo afora que lhe rendeu as glórias mundiais.

Pelé, Garrincha, Tostão, Sócrates, Zico, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Todos eles são ídolos brasileiros pelo futebol demonstrado com a camisa verde e amarelo e também com a camisa de seus clubes. Muitos deles colaboraram para as conquistas mundiais. Em 58, 62 e 70, Pelé fora o grande responsável -- valendo ressaltar que o rei do futebol contou com a ajuda de outros grandes jogadores, como Garrincha -- e, não à toa, é considerado o melhor atleta de futebol de todos os tempos; em 94, Romário fora o herói brasileiro na conquista da taça no Mundial dos EUA; e, na última grande conquista brasileira, em 2002, a experiência de Rivaldo, o talento nato de um Ronaldo fenomenal e os dribles de Ronaldinho Gaúcho, todos eles assistidos do banco por aquele que hoje é o melhor jogador do Mundo, o menino Kaká, foram fatores fundamentais para o sucesso daquele ano. Toda essa descrição feita ninguém nunca apagará. Mas há alguns anos, no entanto, a paixão outrora latente pela seleção vem sendo deixada de lado, sendo superada pela paixão pelos clubes de coração da maioria dos torcedores.

Qual a razão para isso estar acontecendo? Afinal, não faz nem oito anos da última conquista do Mundo. Por que essa perda de identidade?

A Confederação Brasileira de Futebol, representada pelo presidente “vitalício” Ricardo Teixeira, é a grande culpada. Amistosos caça-níqueis, com o objetivo infundado de arrecadar dinheiro para os seus cofres, por diversas vezes afastam o time brasileiro de sua torcida. Outro ponto que merece destaque é a dívida que a entidade máxima do futebol brasileiro tem com alguns clubes -- a partir do momento que um jogador é convocado, a CBF torna-se a responsável pelo pagamento do salário dos atletas selecionados; com o São Paulo Futebol Clube a dívida chega aos R$ 4 milhões.

Ultimamente até a convocação de atletas tem sido bagunçada. No ano passado, por exemplo, o jogador do Barcelona Edmílson machucou-se e o técnico Dunga convocou Mineiro, até então jogador do São Paulo, para o seu lugar. Tudo normal se isso não tivesse ocorrido numa terça-feira, véspera do jogo do Tricolor contra o Vasco da Gama. Uma convocação sem nexo, que pega o treinador do clube de surpresa, colocando no lixo parte do trabalho desenvolvido na semana.

A verdade é que o mau resultado na última Copa não é o responsável pela perda de tesão da torcida nos jogos da seleção brasileira. Isso é conseqüência de fatores que vêm se desenvolvendo há alguns anos. Enquanto não houver mudança de mentalidade de quem controla o futebol brasileiro, o verde e amarelo continuará se desbotando e as cores dos clubes pelos quais as pessoas torcem passarão cada vez mais a serem consideradas as cores de suas verdadeiras seleções.

domingo, 1 de julho de 2007

Um estágio de luxo


Chegar à seleção brasileira talvez seja o objetivo de todo jogador para um dia disputar uma Copa do Mundo. O mesmo pode-se dizer em relação aos técnicos. Alguns podem negar, mas com certeza desejariam um dia obter destaque suficiente para comandar o selecionado canarinho.

Dunga chegou à seleção sem ao menos ter comandado o time infantil de uma equipe qualquer do Brasil. Que experiência ele tem como treinador? Será que essa experiência é, realmente, necessária? Ou a vivência como atleta, campeão do Mundo em 1994, basta para assumir um cargo tão importante como o de treinador da seleção?

Recentemente houve todo o imbróglio envolvendo Kaká e Ronaldinho Gaúcho que pediram dispensa da seleção para a disputa da Copa América. E Dunga, em entrevistas, posicionou-se contra a decisão dos atletas, alegando que em seu tempo tudo o que o jogador mais queria era servir a seleção independente do campeonato ou se a convocação era para jogos amistosos.

Outra postura curiosa de Dunga foi colocar estes mesmos jogadores no banco de reservas quando assumiu o comando do Brasil no ano passado logo após o fracasso da seleção na Copa.

Estas duas atitudes do atual treinador do time verde e amarelo respondem às perguntas feitas anteriormente.

Independente do desempenho na Copa da Alemanha, Kaká e Ronaldinho Gaúcho são jogadores consagrados e a qualidade técnica de ambos não pode ser questionada por conta de um único mau resultado. Colocá-los no banco de suplentes foi o primeiro erro de Dunga. Quis passar a idéia de que com ele joga quem está bem, independente do nome. Isso seria válido em outro contexto, mas os craques em questão sempre prestaram excelentes serviços e não é assim, de sopetão, que se mostra uma filosofia de trabalho. Quis fazer justiça, mas foi injusto. Mostrou imaturidade no ofício de treinador.

O fato mais recente, envolvendo a convocação para a Copa América foi totalmente desnecessário. Com respostas ríspidas aos jornalistas sendo indiretamente direcionadas aos craques Kaká e Ronaldinho Gaúcho, Dunga mais uma vez mostrou-se imaturo. Os atletas têm esse direito e cabe a ele respeitá-los. Afinal, Kaká e Ronaldinho certamente optaram por descansar em suas férias para poder iniciar a pré-temporada em seus respectivos clubes focados em uma temporada longa e dura que virá pela frente: campeonato nacional, Champions League, eliminatórias para a Copa do Mundo, dentre outros torneios farão parte da rotina de jogos dos atletas de Milan e Barcelona.

Uma coisa, contudo, ninguém pode negar: Dunga é um predestinado, uma pessoa com sorte rara. Está aprendendo o trabalho de treinador de futebol em um ambiente que todos seus companheiros de profissão gostariam de estar. Quisera eu ter um estágio de luxo como o de Dunga, recebendo mensalmente um salário compatível com os de treinadores verdadeiramente vitoriosos.