sábado, 30 de junho de 2007

Richarlyson: homem dentro e fora do campo!


Nessa semana pouco se falou sobre a seleção brasileira do Dunga e muito menos sobre a rodada do Campeonato Brasileiro, que neste sábado terá como atração principal o jogo Corinthians x Palmeiras. O assunto principal da semana foi o imbróglio envolvendo o jogador Richarlyson, do São Paulo, e o dirigente do Palmeiras, o Sr. José Cyrillo Júnior, após a repercussão do fato de que supostamente um atleta de um grande clube paulista iria dar uma entrevista ao programa “Fantástico” da Rede Globo assumindo sua homossexualidade.

Fala-se por aí que este jogador seria o atleta sãopaulino. No entanto, ninguém tem como provar e isso é intriga da oposição. Principalmente a oposição alviverde, pois Richarlyson optou pelo São Paulo quando esteve prestes a assinar contrato com o Palmeiras em 2005. Em uma partida contra o time palmeirense naquele ano, o meio-campista marcou seu primeiro gol pelo Tricolor e saiu comemorando dançando funk. Isso somado ao visual que adotava na época (tinha cabelos compridos) foi prato cheio para os rivais começarem a especular em cima de sua opção sexual.

A verdade é que Richarlyson é muito mais homem que muito marmanjo por aí. Na acepção da palavra, é um ser humano que merece respeito. Dentro de campo, nunca o vi tirando o pé de uma dividida, pelo contrário: é esforçadíssimo e procura a ajudar o São Paulo com o seu futebol, jogando em diversas posições; fora deleo, o jogador dá um exemplo e tanto para muitos jovens que estão iniciando a carreira: concomitantemente com o ofício de atleta de futebol, Richarlyson freqüenta as aulas da faculdade de Educação Física da UNIP.

Sobre este tema ainda, vou reproduzir uma ótima coluna escrita pelo jornalista André Rocha em seu blog “Futebol & Arte” (http://www.futebolearte.blogger.com.br).

E DAÍ?

Toda esta celeuma na mídia esportiva em torno das declarações do diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, sobre a suposta homossexualidade do jogador Richarlyson do São Paulo, e a posterior resposta (infeliz) da mãe do atleta, me parece uma tremenda perda de tempo, numa época em que há tantos assuntos para se tratar, como Copa América, Campeonato Brasileiro, Mundial Sub-20 e os Jogos Pan-Americanos.

Tirando os envolvidos, que devem travar uma batalha judicial, os lamentáveis programas de fofoca e os de humor (já que a piada tem a licença para ser sexista e preconceituosa), a quem mais pode interessar a opção sexual de um jogador de futebol? Qual a importância para o meio? Isso tem alguma interferência no desempenho do atleta dentro de campo?

Não. Ou deveria não ter. Afinal, ele não é o primeiro, nem será o último. Aliás, acho que seria um avanço moral no esporte se o Richarlyson assumisse a sua opção sexual diferente, se for o caso, e os jogadores que se reprimem, que vivem no perigoso submundo dos “michês”, ligado ao tráfico de drogas e prostituição, pudessem também ter uma vida esportiva digna e verdadeira, como qualquer outro atleta.

O jogador de futebol tem o seu lado artístico, um talento especial. E quantos outros artistas foram e são fantásticos e hiperpopulares sendo homossexuais! Elton John, Renato Russo, Freddie Mercury, Morrissey, entre tantos outros, para ficar só na música, desfilaram e desfilam seu talento, independente do que fazem entre quatro paredes.

Por que não se discutir o novo time do São Paulo do Muricy? O quanto Richarlyson (e também Hernanes) têm contribuído para uma melhor produção do meio-campo tricolor? Quais as perspectivas do clube na luta por um título histórico, o de pentacampeão brasileiro?

E mais: O homossexual que tem voz e gestos afetados é visto por muita gente como alguém doente, pervertido. Mas e o jogador que admite que já saiu com um travesti? Não é tão homossexual quanto? Além disso, o quanto pode ser questionável a postura de um atleta que usa drogas, que dirige embriagado e mata inocentes, que abandona sua família, que bate na esposa e nos filhos, entre outras atrocidades que influenciam a sociedade de forma muito mais agressiva?

O tempo na TV é tão caro, na relevância e no seu valor financeiro. Por que não usa-lo para questões mais úteis e de interesse coletivo do que a opção sexual de uma pessoa, ainda que pública?

Chega de perguntas! Deixem o menino ser feliz!
 

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