quinta-feira, 21 de junho de 2007

Elefantes brancos

Estamos há menos de um mês para o início dos Jogos Panamericanos.

Engenhão e outras obras – todas elas bonitas, com tecnologia de última geração e também com o orçamento superestourado (chega a R$ 2,8 bilhões o cálculo que envolve os gastos para o evento esportivo mais esperado deste ano de 2007). Vale lembrar que existem diversas instalações esportivas para o Pan do Brasil que ainda não estão concluídas. E faltam apenas 21 dias.

Enquanto isso, no México, onde será realizado o Pan de Guadalajara em 2011, as obras (humildes, é verdade, porém em boas condições) estão bem adiantadas e a previsão do orçamento não chega a R$ 400 milhões.

Pegando o Engenhão como exemplo. Quem irá administrar esse elefante branco após os jogos? Um superestádio, muito bonito realmente, de última geração. Mas os clubes do RJ não têm condições de mantê-lo. O Flamengo, por exemplo, representado pelo seu presidente admitiu estar em estado de insolvência (http://www.opovo.com.br/705803.html). Caberá ao governo municipal ser o responsável pelo Estádio Olímpico João Havelange. Sabe-se lá até quando.

Outro elefante branco em pauta seria um estádio idealizado pelo presidente da federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, que seria levantado em área do centro da cidade de São Paulo, em detrimento à utilização do Estádio do Morumbi na Copa de 2014 no Brasil.

Provavelmente, essa superarena com supertecnologia e com todos os “super” que se possa imaginar – inclusive superfaturada – contará com o apoio do Secretário de Esportes da cidade de São Paulo, Walter Feldman.

O São Paulo FC já tem o seu projeto para o Morumbi e já encaminhou-o para a FIFA verificá-lo, estando o presidente Lula e o presidente da CBF Ricardo Teixeira cientes em relação ao assunto. Está tudo certo, não fosse essa alternativa burra proposta pelo presidente da FPF.

Mais um elefante branco. E depois da Copa? Qual será a utilidade da superarena? Seria bem mais inteligente da parte destes senhores investirem esse dinheiro em áreas em que se nota a ausência do esporte, utilizando estes locais e a ferramenta esportiva como um meio de socialização e educação das pessoas, em especial das crianças.

Talvez seja mais legal receber a Copa. Para, mais uma vez, ver as nossas esperanças de um futuro melhor serem esmagadas pelo elefante branco.

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