domingo, 2 de dezembro de 2007

Quando a rivalidade vira lamentação


Não serei hipócrita em falar que estou me solidarizando com os arqui-rivais palmeirenses e corintianos.

Não posso falar, também, que sei a dor que o torcedor do Corinthians está sentindo agora, pois como adepto do São Paulo Futebol Clube nunca passei por momentos como esse – e nem adianta falar em rebaixamento no Paulistão de 1990, pois isso é uma grande mentira, vide coluna postada no Blog do Birner.

O corintiano, hoje, chora por ter idolatrado mafiosos num passado recente.

É o preço que se paga. Preço este que pagam os palmeirenses, que amargaram um jejum de 16 anos, ficando sem conquistar títulos de 1977 até 1992, quando apelou para um sistema de co-gestão com a Parmalat para voltar a ter dias de glórias; ao final da “parceria” com a multinacional no ano 2000, porém, voltou à abstinência de conquistas que perdura até os dias atuais.

Não posso impor um pensamento, pois uma coisa que todos têm e levam consigo até o seu último dia de vida é o livre arbítrio. Contudo, tenho minhas convicções e acho tamanha pequenez – peço perdão pela antítese – de um torcedor que se satisfaz com o rebaixamento de um rival, enquanto a equipe pela qual torce é derrotada jogando em seu estádio e perde a chance que tinha em mãos de ir para a Libertadores de 2008, como tenho visto na atitude de alguns palmeirenses que conheço e pelo o que li na imprensa, que relatou a armação de uma festa de uma torcida organizada do Palmeiras independente da classificação para o torneio sul-americano, já que o objetivo do divertimento é mesmo a queda do Corinthians para a Série B.

Falo isso tudo porque não há derrota do São Paulo que me deixe feliz. Antes de qualquer rival, preocupo-me com o Tricolor. Adorei e comemorei muito os gols do Grafite contra o Juventus naquele Campeonato Paulista de 2004 que livraram o Corinthians da Série A-2 do Paulistão. Assim como, mesmo com o título de pentacampeão brasileiro assegurado há mais de um mês, não consigo digerir atuações tão displicentes como as assistidas nos confrontos contra o Juventude e contra o Atlético Paranaense nos quais o São Paulo saiu derrotado.

Como disse anteriormente, não estou aqui me solidarizando com o Corinthians e muito menos com o Palmeiras. Ao primeiro caberá repensar seu futuro e se reestruturar administrativamente, sabendo aproveitar o status de segunda maior torcida brasileira; ao segundo caberá aos seus dirigentes construírem equipes competitivas e regulares e acabar com a mania de perseguição que tem tomado conta de palmeirenses – tanto torcida, quanto dirigentes, comissão técnica e jogadores -- com as constantes reclamações às arbitragens, afinal um time se faz forte nos bastidores (e isso não quer dizer que essa força visa o auxílio de árbitros nos jogos, mas sim a conquista de reconhecimento, o que é bem diferente) também com grandes atuações dentro de campo.

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