Vaidade e convicção. Seja lá o que cúpula da CBF diga, somente estas são as justificativas para a demissão de Mano Menezes do cargo de treinador da seleção brasileira.
José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, este no posto de
vice-presidente, assumiram o controle político da CBF após o afastamento de
Ricardo Teixeira e logo promoveram diversas mudanças na diretoria da entidade
máxima do futebol brasileiro.
Já era um recado de que, a despeito do apoio do
ex-presidente – que recebe salário da confederação por serviços de
“consultoria” –, havia de fato um novo comando. Assim, escolhas anteriormente
feitas poderiam ser modificadas.
O atual presidente nunca deixou claro que Mano Menezes
continuaria no cargo até a Copa 2014. No entanto, essa demissão no momento em
que a seleção mostrava evolução e futebol bem jogado, para além dos resultados,
é de uma incoerência absurda. É amadorismo puro.
Só há uma interpretação: vaidade, pela imposição da
convicção – que por vezes deixa o ser humano cego e impede de racionalizar as
situações.
A mudança de comando técnico implica novos conceitos a serem
aplicados pelo próximo treinador. Cada especulado (Felipão, Muricy, Tite...)
tem sua própria filosofia e modo de trabalhar. A um ano e meio da Copa, se a
incerteza já existia com Mano – mesmo com a seleção mostrando boas qualidades
nos últimos jogos –, agora ela é multiplicada.
Pode dar certo. Lógico que pode. O Brasil pode vencer, com
algum mérito (ninguém chega a alguma conquista sem), a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.
Mas, neste caso, será fruto do acaso, e não do planejado. E
se com a saída de Dunga pregava-se renovação e o resgate de um futebol bonito –
o que começava a dar mostras com Mano – na seleção, seja qual for o próximo
treinador, tudo isso está em xeque agora.
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