segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Chora quem quer, ganha quem tem competência


O Campeonato Brasileiro já ultrapassa a sua metade e, em meio a erros de arbitragem, goleadas e expulsões justas ou injustas caminha para a sua definição e encontra no time do São Paulo o favorito para a conquista do bi-nacional.

Cada vez mais, no entanto, percebe-se o murmurinho acerca da liderança tricolor.

O programa “Esporte Espetacular” do último domingo fez uma matéria sobre os jogos do Brasileirão que tiveram erros decisivos de arbitragem e remontou a tabela retirando ou acrescentando pontos de jogos em que os erros de arbitragem foram decisivos para determinado time sair vitorioso, derrotado ou se a partida merecesse terminar empatada. Não foram considerados os jogos da 23ª rodada.

No caso do Tricolor especificamente, segundo o programa da Rede Globo, a equipe de Muricy permaneceria na liderança, porém com 42 pontos, pois seriam descontados os três pontos obtidos contra o Paraná em Curitiba na longínqua quarta rodada e os dois pontos da vitória sobre o Palmeiras na última quarta-feira.

Contra o Paraná Clube houve as polêmicas do pênalti mal marcado que teria sido cometido pelo goleiro Marcos Leandro (hoje no Botafogo) em Aloísio e o gol mal anulado do zagueiro Luís Henrique; contra o Palmeiras o tento anotado por Max rendeu discussão e há divergências entre comentaristas de arbitragem mesmo com o recurso do “tira-teima”.

Sobre o São Paulo estar sendo beneficiado, penso que isso é uma grandíssima besteira. Não lembro de nenhum erro clamoroso que tenha prejudicado o Tricolor, mas daí até começarem a contestar a liderança são-paulina tem uma distância grande. Como contestar os 6x0 do último fim-de-semana? Como contestar as vitórias sobre Botafogo e Grêmio? Como contestar a defesa menos vazada do campeonato?

É fato que erraram contra o São Paulo, porém o time do Morumbi está conseguindo superar os erros dos árbitros fazendo sua parte e vencendo os jogos, na bola e com um futebol de qualidade.

Por que o Palmeiras de Caio Júnior, que quando seu time sai derrotado sempre justifica o revés apoiando-se em possíveis erros do árbitro, não pode fazer o mesmo?

Por que o Botafogo do vice-diretor de futebol Carlos Augusto Montenegro que após empate com o Figueirense em Santa Catarina disse que “estão fazendo de tudo para dar o título ao São Paulo” não pode fazer o mesmo?

Quer dizer, então, que Palmeiras e Botafogo, eliminados da Copa do Brasil por Ipatinga e Figueirense respectivamente com lances polêmicos, estão sendo passados para trás por equipes com baixíssimo apelo popular?

Se isso está acontecendo de fato, o maior problema não está na arbitragem, mas sim dentro destes clubes (e é lógico que, no caso destas equipes, constata-se que o problema é falta de competência mesmo).

Equipes consideradas grandes não podem em hipótese alguma ficar buscando teorias da conspiração. Devem trabalhar nos bastidores e montar uma equipe forte dentro de campo. Caso contrário continuarão na fila por muitos anos. Pelo jeito o ex-dirigente palmeirense Salvador Hugo Palaia, após seu time sair vencido pelo mais tarde rebaixado Santa Cruz no ano passado, tinha sua parcela de razão (é evidente que o Sr. Palaia deveria ter lavado a roupa suja em casa e não espalhar aos sete ventos sua opinião) quando mandou o então treinador alviverde Tite “calar a boca”. Tite, na ocasião, havia reclamado do juiz da partida.

Que o nível da arbitragem brasileira é ruim, todos nós sabemos. E, felizmente, a parcela da imprensa que questiona a liderança do Tricolor é muito pequena, quase insignificante e vem de jornalistas com pouca credibilidade, que mais divertem o público do que repassam informações criteriosas.

Está na hora dos clubes usarem mais a razão e organizarem-se melhor para as temporadas ao invés de tecer críticas e mais críticas aos árbitros. Os dirigentes devem ser mais profissionais e menos torcedores.

Entretanto, enquanto isso não acontece, a maior parte do choro virá mesmo dos torcedores, presentes na imprensa e nos clubes, que não medirão esforços para desvalorizar a eventual conquista do pentacampeonato brasileiro do São Paulo, que tem a administração mais competente do país e merece estar onde está – no topo!

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