Depois de um longo tempo sem escrever no RPB Blog devido às
atividades de um último ano de faculdade, volto a deixar meu registro após um
dia especial, o dia da primeira vitória do São Paulo na edição 2008 da Copa
Santander Libertadores.
Foi uma vitória suada, de virada, jogando no Morumbi contra
o Audax Italiano, do Chile. Os dois tentos tricolores foram anotados pelo
Imperador Adriano, enquanto o bom Villanueva anotou para o Audax.
O jogo
Não foi uma exibição convincente, com bom toque de bola,
jogadas variadas pelos dois flancos do campo. Aliás, a tônica do São Paulo não
vem sendo essa mesmo, já que o treinador Muricy Ramalho tem insistido nas bolas
alçadas na área para Borges e Adriano. Não é um futebol vistoso, mas tem
apresentado resultados (até agora são sete vitórias, seis empates e apenas uma
derrota).
O Tricolor entrou em campo com duas linhas de quatro, sendo
a primeira formada por Zé Luís, André Dias, Miranda e Richarlyson e a segunda,
no meio-de-campo, composta por Éder Luís, Hernanes, Fábio Santos e Jorge
Wagner. As jogadas são-paulinas foram quase todas trabalhadas pelo lado direito
do campo e talvez este tenha sido o jogo com mais finalizações ao gol
adversário (foram 34, sendo dez delas de Adriano, segundo os números Footstats).
E é justamente pelo número alto de finalizações que já se
pode afirmar que houve uma evolução no time de Muricy Ramalho. Além disso, o
Audax não foi tão agressivo, apesar de ter oferecido perigo em alguns lances
isolados, um deles revertido no belo gol de Villanueva após uma vacilada
coletiva do Tricolor enquanto o polivalente Richarlyson encontrava-se lesionado
(foi substituído por Júnior em seguida), contando ainda com a falha de marcação
do volante Fábio Santos.
Restava ao São Paulo o ataque, ainda mais após a expulsão de
um zagueiro adversário. Aloísio entrou no lugar de Fábio Santos e formou um
trio de gigantes com Borges e Adriano na área do Audax, com Éder Luís agora
jogando como ponta-direita. Os chuveirinhos que já existiam, naquele momento
foram intensificados. E foi assim o gol de empate de Adriano, que cabeceou sem
chances de defesa para o goleiro chileno.
Com a vantagem numérica, o Tricolor continuou indo para cima
e dessa maneira construiu a virada: após um chute cruzado de Hernanes vindo da esquerda
a bola sobrou para o Imperador decretar a vitória.
Ufa! 2x1 no Morumbi para felicidade dos quase 30 mil
pagantes, numa noite de muita dedicação do time todo do São Paulo.
A reconstrução do império
Adriano não enfrenta uma grande fase. Chegou ao Tricolor
para se recuperar e voltar à Itália com o status que o tornou conhecido no
mundo futebolístico, mas não vinha se apresentando bem em campo apesar dos dois
gols na estréia com a camisa são-paulina. Suas atuações pelo Paulistão,
inclusive, davam nervoso ao torcedor: marcava pouco a saída de bola e não se
percebia um espírito lutador no atacante.
Para agravar ainda mais a situação, surgiram as polêmicas
envolvendo o nome do jogador ao chegar ao Brasil sem o uniforme da delegação
tricolor na viagem de volta da Colômbia quando o Tricolor empatou em 1x1 com o
Nacional de Medellín, ao ameaçar um fotógrafo no CT da Barra Funda e ao recusar-se
a terminar o trabalho de recuperação feito no Reffis são-paulino. O resultado
disso tudo foi uma multa de 40% no salário e uma conversa com o presidente
Juvenal Juvêncio.
No entanto, ontem assistimos um Adriano diferente, motivado,
brigador, nervoso a cada chute que não entrava no gol do oponente. Um Adriano
com sangue nos olhos, que pareceu aliviado após os gols marcados ontem.
Ainda é cedo para falar que a má fase passou. Mas se o
Imperador mantiver a mesma pegada do jogo de ontem sem se empolgar demais com
os gols feitos, terá tudo para voltar a ser feliz e limpar o seu nome.
Torço para que a partida realizada no Morumbi tenha sido um divisor de águas para reconstrução do império de Adriano.
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